Teorba

A teorba é um instrumento de quatorze cordas simples, com dois cravelhames e uma extensão de braço para o segundo jogo de cordas, desenvolvido a partir da demanda da Camerata Fiorentina, do Le Nuove Musiche, de Caccini e de um ideal de uma música apoiada sobre um baixo simples, onde as palavras das canções voltassem a ganhar o significado perdido em tantos anos do rebuscado contraponto renascentista.

O uso do instrumento se expandiu para o acompanhamento da ópera barroca, da música vocal em geral e da realização do baixo contínuo, a forma típica do acompanhamento instrumental barroco.

Além de instrumento acompanhador, a teorba ganhou significativo repertório solo nas mãos de compositores como Girolamo Kapsberger  (1580–1651) e Robert de Visée (1650–1725).

A afinação normalmente usada para o instrumento é reentrante nas duas primeiras cordas, tornando-as mais graves que as cordas seguintes, subvertendo a ordem usual da afinação do agudo para o grave.

 

Afinação usual da teorba – reentrante nas duas primeiras ordens

Quando executamos o repertório solo original do instrumento, é necessário que usemos esta afinação, uma vez que o mesmo é escrito em tablatura. Muitas vezes, quando faço contínuo na teorba (e isso tem sido uma parte bastante significativa da minha carreira musical), uso a segunda corda afinada oitava acima, ganhando assim mais tessitura para a realização de contracantos e/ou realizações mais agudas, por exemplo na música barroca francesa.
Afinação da teorba – reentrante apenas na primeira ordem

Este instrumento foi construído por Luciano Faria, inicialmente como um arquialaúde, e posterioremente transformado em uma teorba. Notem que meu instrumento, ao contrário da enorme maioria das teorbas, comporta uma décima-quinta corda, para ser afinada em Fá.